Salvador finalmente viu uma banda internacional de relevância e sem estar na fase decadente. O Placebo encheu a Concha no Claro que é Rock e abriu as portas para shows internacionais na cidade. Que venham os próximos. Em 2006 já tem show garantido, já que a cidade vai ser incluída na programação do Tim Festival.
Destaque: Ronei Jorge
A seletiva do Claro em Salvador foi, aliás, o evento do ano na cidade. Oferecendo espaço para boas bandas locais. Os vencedores foram o público e Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, que acabou se destacando como o melhor grupo do ano na cidade. Ficaram na segunda colocação na final do festival em Sampa, mas sedimentaram um enorme público em Salvador, tocando no Festival de Verão e chegando a colocar em outra oportunidade [e praticamente sozinhos] mais de mil pessoas na Concha. Tocaram também em diversos pontos do país, com destaque para festivais como Mada (Natal) e Goiânia Noise (Goiânia). Para terminar lançaram de forma independente um excepcional disco no fim do ano.
Até o Festival de Verão acertou
O Festival de Verão deu uma falsa esperança de uma melhora. Acertou em escalar alguns bons nomes no palco principal [Maria Rita, Marcelo D2, Camisa de Vênus, Pitty etc] e mais ainda no palco alternativo. A noite da gravadora Deck foi um sucesso, com excelentes shows [destaque para Gram, Matanza e Dead Fish]. O maior acerto, no entanto, foi realizar uma noite apenas com bandas do rock baiano, com destaque para o já citado Ronei e a The Honkers, que fez um showzaço com direito a destruição de instrumentos e destaque em telejornais.
Brasil a fora
Foi a The Honkers quem mostrou que dá para encarar a estrada fazendo rock. A banda começou o ano realizando sem nenhum apoio uma mega turnê por metade do Brasil, do Rio Grande do Sul a Teresina, incluindo ainda a Argentina. Eles ajudaram na consolidação do rock por estas plagas em 2005. O rock baiano mostrou sua força, muito graças a Pitty. No rastro, a Cascadura continuou a consolidar seu trabalho desde que foi morar em Sampa. Quem ganhou espaço também foram as novas Canto dos Malditos na Terra do Nunca, sendo destaque na MTV, Sangria, A Sangue Frio e Automata rodando algumas partes do país. A Retrofoguetes, que tocou muito por aqui [até numa apresentação num festival de música instrumental que rendeu] e em outros estados, e provou estar entre os melhores grupos do país. Além da Cobalto, que encarou ir tocar na Europa. Outra constatação de um bom 2005 foi que a firmação do rock no interior do estado, com festivais em Camaçari, Vitória da Conquista e Bom Jesus da Lapa.
Festivais
Fora daqui, os festivais capricharam, sejam os mais independentes se consolidando cada vez mais (Mada, Abril Pro Rock, DoSol, Goiânia Noise, Demo Sul), sejam os maiores, que movimentaram os aeroportos do Brasil com nomes internacionais de peso. Curitiba Pop Festival (Mercury Rev, Weezer, Raveonnetes), Tim Festival (Strokes, MIA, Arcade Fire, Wilco, De La Soul, Kings of Leon, entre outros), Claro que é Rock (Flaming Lips, Sonic Youth, Iggy Pop, Nine Inch Nails etc). Cada vez fica mais evidente que falta um festival de verdade em Salvador. Vale destacar ainda o sucesso do rock com base independente no mundo [inclusive no Brasil], a volta da Bizz, a consolidação da OutraCoisa, a explosão dos MP3 Players, o ressurgimento de bandas mortas e a volta de Madonna.