
Roberto Mendes em ‘Cantos de Labor’
Celebrando a Semana do Trabalhador, Roberto Mendes se apresenta no Teatro Sesc Casa do Comércio com o show “Cantos de Labor” que traz um repertório recheado de chulas como cantos de trabalho, com canções de domínio público além de composições clássicas e inéditas que celebram as raízes do samba do Recôncavo Baiano. A apresentação acontece no dia 2 de maio, às 20h.
Músico, compositor e pesquisador, Roberto Mendes preparou um repertório para conectar o público com as raízes do samba do Recôncavo. “A chula é um comportamento traduzido em canção, como é a Bata do Feijão, Bata do milho, canto das lavadeiras… São cantos, versos para animar o trabalho. São cantos de labor.”, explica Roberto.
Além de canções de domínio público que trazem versos como “Lelé meu amor lelé. No cabo da minha enxada não conheço ‘coroné’ ” a apresentação rememora músicas como “Só se vê na Bahia” (1996) e “Filosofia Pura” (1983), frutos de sua parceria de longa data, iniciada em 1975, com o professor, poeta e compositor Jorge Portugal, também filho de Santo Amaro.
Roberto Mendes, exímio violonista e cancioneiro, é um filho pródigo de sua terra, Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, cidade da qual nunca se mudou, embora sua música tenha viajado o mundo em sua própria voz e na interpretação de artistas como Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Marco Pereira e Virgínia Rodrigues. Além de ter suas composições gravadas por dezenas de intérpretes, ao longo de mais de quarenta anos de carreira, já lançou 11 álbuns, 2 livros, 1 DVD além de inúmeros shows, workshops e palestras ao redor do mundo. Exímio violonista, Roberto Mendes é também cancioneiro e em seu trabalho de compositor se destacam canções como Yayá Massemba, Filosofia Pura, Manda Chamar e Bom Começo.
A ode à sua terra encontra respaldo em seu trabalho artístico: o músico é um profundo conhecedor e estudioso do samba chula, a vertente do samba de roda característica de Santo Amaro e hoje conhecida no mundo todo como Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Mais do que estudioso do tema – sobre o qual já lançou dois livros – Roberto conheceu dezenas de tocadores de viola machete – a viola diminuta e aguda do samba chula – e com eles aprendeu com esmero a técnica tradicional do instrumento, na qual indicador e polegar se alternam para ferir as cordas. Foi esta técnica que Roberto Mendes levou para o violão popular, transformando-o no que ele mesmo chama de instrumento percussivo de cordas feridas, alusão ao protagonismo do ritmo nesta técnica. Com isso, Roberto traduziu a chula para o violão popular brasileiro, inventando uma maneira singular e complexa de tocar o instrumento, o que o levou a ser um dos violonistas populares de maior renome no país.
Espetáculo: Roberto Mendes – Show Cantos de Labor
Onde: Teatro Sesc Casa do Comércio, Salvador, Bahia
Quando: 02/05/2025, às 20h
Ingressos: R$40,00 (inteira) R$20,00 (meia) e R$32,00 (comerciários)
Vendas: Sympla