Carlos Lopes em ‘Orgânico Recôncavo’
A península Salvador é fonte de inspiração para o compositor baiano Carlos Lopes, mais conhecido pelo seu olhar fotográfico, com trabalhos expostos e livro publicado nos anos 1990. Mas a escrita e a composição também acompanham a sua trajetória pela rotina da cidade e do seu entorno, em particular o Recôncavo e as águas da Baía de Todos os Santos, as suas ligações com os rios e todos os encantos que se estendem por outros cantos da cidade. Águas que descem dos morros e correm nos vales, nascentes e lagoas até desaguar nas praias do Rio Vermelho, Pituba, Jaguaribe e Itapoan. As águas originais, portanto, de uma cidade banhada historicamente, também, por poesia.
E se a prosa é poética, ela inspira canções que surgem com espontaneidade na vida de Carlos Lopes. As “águas de Salvador” estão nos primeiros versos de uma de suas canções. E é preciso dizer que as águas não se escondem, pois são “sinais a céu aberto” de uma cidade de encontros entre rio e mar. É com esses diálogos que o compositor se “reapresenta”, como ele diz, após um longo período, desde que reuniu um pequeno público no Teatro do Sesi, há 25 anos, mas logo em seguida preferiu adiar tais iniciativas, pois era tempo de outros desafios profissionais. O compositor, agora aposentado, compartilha velhas e novas composições que passam por estilos variados que inclui samba de roda, bossa-nova e reggae. Com voz e interpretação suave, a música de Carlos Lopes não retorna sozinha ao cenário da criatividade baiana, pois nesse início de 2025 ele lançará o livro Expresso Ver de Trem, que também tem uma história vinculada à cidade. Mas é a música que chega primeiro, com os traços regionais que marcam a sua criatividade.
É diante dessa relação orgânica com a “velha Salvador” que Carlos volta a dialogar com o público através da arte que vinha trabalhando nos bastidores, sempre em contato com gente competente. No ano 2000, ele já havia reunido no palco músicos como Geová Nascimento, Giba Conceição e Ilma Nascimento, além de Luciano Salvador Bahia, na época também no papel de direção musical. Desta vez, Duarte Velloso assume a direção, ao lado de Marcelo Pinho (na percussão) e Kiko Souza (nos sopros). É nesse clima que Carlos Lopes cantará as suas canções inéditas, entre outras já disponíveis em canais digitais.
A música “Orgânico Recôncavo” dá nome ao show no aconchegante Teatro Cambará. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla. “As canções se propõem a tocar as pessoas que amam a cidade e se sentem nela pertencentes”, diz o autor, seguro de que os nomes de algumas das canções já antecipam o que está por vir: “Orgânico recôncavo”, “prece ao rio subaé”, “cidade bossa-nova”, e “a festa” estão entre as 15 canções do repertório selecionado.
Show: Orgânico Recôncavo – Carlos Lopes
Quando: 22 de janeiro 2025 (quarta-feira)
Abertura da Casa: 19h
Início do show: 20h
Onde: Teatro Cambará – Casa Rosa (Praça Colombo, 106 – Rio Vermelho – Salvador, Bahia)
Quanto: R$ 70 (inteira) | R$ 35 (meia)
Vendas: Sympla
Classificação indicativa: Livre