Novas casas de shows no Rio Vermelho aumentam as possibilidades para quem gosta de música em Salvador.
O público de Salvador ainda carece de uma grande casa de shows para grandes apresentações (há possibilidades da Arena Fonte Nova ter uma a partir de 2015), mas não pode reclamar de espaços menores. Pelo menos se comparado há alguns anos, a capital baiana hoje possui uma boa oferta de casas para eventos, em especial o cenário independente, sim, isso mesmo.
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Além de Portela Café, Europa Club, Sunshine, The Dubliners Irish Pub, Casa Branca, no Rio Vermelho, e Casa da Águia e Sankofa no Centro, Groove Bar, na Barra, há ainda lugares que funcionam como bares ou restaurantes que têm aberto espaço para shows, djs e eventos musicais, como o Visca Sabor & Arte, Franco Lounge Bar, o Póstudo, o Sebo Praia dos Livros, e os tradicionais Teatro Vila Velha e Cine Teatro Solar Boa Vista, entre outros. Mas o melhor é que outras novas casas estão sendo inauguradas em Salvador.
Casas de show no Rio Vermelho
O Rio Vermelho ganha duas delas, o Estúdio Livre, no antigo Teatro Gil Santana, que está aos poucos começando a funcionar, e o Commons Estudio bar, que vai funcionar a partir de novembro onde era o Farol Music Bar. Outra casa já em funcionamento é o Burburinho, localizado na Pituba, onde existia o Trindade.
O Commons Estudio bar é resultado de uma parceira da Maquinário, de Vince de Mira, e da Inmagina, de Fernando Mariano, os sócios da empreitada. Para quem não conhece as empresas, a primeira produz o Futurama, Zona Mundi, Intercenas Musicais e Incubadora de festivais, a segunda é responsável pela Rede Motiva. A ideia é em novembro, no mais tardar em dezembro, lançar a casa com algumas mudanças em relação ao Farol. A principal delas é que a proposta vai além de uma casa de shows.
O conceito é funcionar como espaço cultural multi uso, com shows, mas também cursos, local para ensaios, gravação, inclusive audiovisual, com produção de entrevistas, gravação de DVD etc. Focado no circuito independente, os sócios pretendem trabalhar com diversidade musical, recebendo shows e festas de rock, MPB, reggae, samba e estilos diversos para que possa atingir diferentes públicos.
A parte física também vai sofrer mudanças, com um palco mais baixo, possibilitando que o som fique mais aberto sob o mezanino. A promessa é que o som, aliás, seja um dos maiores cuidados da casa, com equipamento profissional, com microfones e PAs de qualidade, além, de iluminação cênica. Após um ano, se gerar lucro, a casa deve passar por obras mais estruturais, como a redução do mezanino, melhorando a visibilidade para os shows.
O Estudio livre também vem com uma proposta um pouco diferente. O lugar funciona numa espécie de condomínio criativo, com escritórios num esquema coworking com empresas da área criativa, ligadas a moda, arquitetura, produção, entre outras. Em cima do prédio está aos poucos sendo estruturado um espaço multiuso, que receberá de exposições e exibições audiovisual a festas e shows. Nada muito grande, mas uma nova opção que pode ser interessante.
Já o Burburinho, tem uma pegada mais ampla. Localizado onde funcionava o Trindade, deixa de lado o axé, pagode e arrocha de antes, para dar lugar a uma casa com pretensões bem diversificadas e ecléticas. Para se ter uma ideia, a proposta é ter atrações desde bandas de sertanejo até nomes do cenário independente.
Uma programação já está desenhada, aglutinando gêneros diversos, variando entre covers e bandas autorais. Às terças seriam dedicadas ao sertanejo; às quartas ao samba mais tradicional; às quintas terão bandas covers dos anos 80 e 90; às sextas o foco seria a música eletrônica, com DJs de house eletro e outros subgêneros. Já os sábados seriam para as bandas e projetos independentes como Scambo, Diamba, Pirigulino Babilake, O Círculo, Bailinho de Quinta, entre outros. Os domingos seriam voltados para projetos sociais, que incluiria palestras e oficinas e shows específicos, que começa com a banda de reggae Kaiman recebendo convidados como Pirigulino e O Círculo.
Com capacidade para 500 a 700 pessoas, em ambiente climatizado, a casa pode preencher uma lacuna de espaços de médio porte. É esperar para ver se a cidade comporta todas essas novas opções e se as casas vão dar atenção na qualidade de som, e manter bom atendimento e programação interessante.