Festival Suíça Bahiana aposta em novidades e na música fora do óbvio

suíça bahiana

Francisco El Hombre, Karina Buhr, Supla e vários novos nomes da música baiana e brasileira estão entre as atrações do Suíça Bahiana, que acontece dias 19 e 20 de outubro, em Vitória da Conquista.

Enquanto os grandes festivais minguam numa cansativa repetição de atrações, os independentes seguem enfrentando dificuldades, mas apostando em novidades da música brasileira. Em Vitória da Conquista, a pouco mais de 500 km da capital Salvador, o Festival Suíça Bahiana é quem defende com hombridade esse papel. Sua décima edição, programada para os dias 19 e 20 de outubro, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, vai reunir em dois palcos um elenco com nomes já conhecidos do cenário, como Francisco El Hombre, Karina Buhr e Supla, mas o destaque vai para os novos nomes.

Com o tema “A Conquista do Mundo”, o festival terá 13 atrações inéditas para a cidade, complementada por artistas e bandas selecionados via edital, que teve 270 inscritos de toda parte do país. Este ano, o festival não apenas celebra a música independente brasileira, como também apresenta uma série de novidades para o público, de forma gratuita e acessível.

Entre os novos nomes, destaque para a cena do interior do estado, com nomes de várias partes, Evidente, a cena local é a mais bem representada, com o grupo Dona Iracema, lançando o novo álbum Rojão 12×1, e a veterana banda punk Cama de Jornal, a cantora Pipa, o grupo de samba feminino Mulher no Samba, que apresenta o novo EP, a drag Guilhotina Guinle que recebe A Travestis  e a Orquestra Conquista Sinfônica, que terá como convidado o músico Armandinho Macêdo.

De Feira de Santana, estarão presentes o grupo Clube de Patifes, com seu camdomblues e o novo álbum Macumba, e Fogo Pagô, um trio de mulheres que apresenta as sonoridades populares do sertão de forma serena e bem particular. Tem ainda Ize Duque, cantora e compositora de Itabuna, que mistura elementos da cultura afro-brasileiras, além da paulista de nascimento, adotada por Juazeiro e atualmente radicada em Salvador, Andrezza apresenta seu neotropicalismo.

Quem também terá presença forte no festival é a nova cena de Pernambuco, que chega com uma caravana que inclui, além da mezzo baiana mezzo pernambucana Karina Buhr, o cantor e compositor Ivyson, que leva a mpb pop de seu mais recente álbum Afinco; o afropop da dupla Barbarize e o crossover hardcore da banda Odiosa.

De fora do Nordeste, o Suíça Bahiana recebe nomes mais conhecidos, como o roqueiro Supla, a banda paulista-mexicana Francisco, el Hombre, com sua potente música dançante e política, ou mesmo a cantora paulista Mariana Nolasco, um daqueles sucessos na internet com milhões de ouvintes com sua MPB pop. Mas também novidades menos badaladas, como o duo brasileiro/argentino de alt pop latino NPKN; a multiartista paulista Lubo, com sua música contemporânea com referências de música africana, indiana e rock; além do duo braziliense de disco rock YPU.

Dificuldades e oportunidades

Como a maior parte dos festivais independentes, o Suíça Bahiana vem persistindo mesmo sem as condições adequadas. Segundo o produtor Gilmar Dantas, o festival deste ano só está sendo viável porque se tornou lei municipal. “Se não fosse isso jamais faríamos, pois não conseguimos passar em nenhum edital e o evento não tem bilheteria desde 2020”, explica. O fato de ser lei, viabilizou apoio municipal, estadual e do SESC Conquista mesmo em ano eleitoral. “Parece que a cada ano que passa vai ficando mais difícil”, diz.

As dificuldades e a forma como o festival vem sendo construído, acabou por criar novas possibilidades. “Se por um lado o fato de não ter bilheteria exige muita articulação política pra viabilizar, por outro nos dá uma liberdade de curadoria que poucos festivais têm”. Além de de poder apostas em nomes pouco comuns em outros festivais, o festival pode criar shows inéditos como o os encontros de Guilhotina Guinle com A Travestis e da Orquestra Conquista Sinfônica com Armandinho Macêdo.

“Outro ponto importante é que vamos fazer um encontro com representantes de todos os territórios do estado no intuito de fortalecer micro rotas de circulação baianas”, conta Gilmar. Segundo ele, está muito difícil circular pra fora do estado, com passagens e demais custos altíssimos. “Precisamos explorar o tamanho de nosso estado melhor, como o sertanejo e mainstream já fazem muito bem.”

festival suíça bahiana
Cartaz do Festival Suíça Bahiana de 2024

Programação Festival Suíça Bahiana

– Dia 19.10
Karina Buhr | Francisco, el hombre | Ivyson | Ize Duque | Barbarize | Fogo Pagô |Mulher no Samba | NPKN | Pipa | Guilhotina Guinle convida A Travestis
– Dia 20.10
Dona Iracema | Mariana Nolasco | Lubo | Cama de Jornal | YPU | Supla | Andrezza | Orquestra Conquista Sinfônica convida Armandinho | Odiosa

Serviço
Data: 19 e 20 de outubro de 2024
Horário: A partir das 14h
Local: Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima (Av. Rosa Cruz – Candeias
Vitória da Conquista – BA
Entrada: Gratuita (Retirada de ingressos no Sympla)

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